A Origem da Erva-Mate e do Chimarrão: Uma Viagem Pela História e Tradição
Se tu és apaixonado pelo mate, prepara-te para embarcar numa viagem pela história dessa erva tão emblemática e pelo ritual do chimarrão! A trajetória da erva-mate começa bem antes dos tempos modernos, enraizada nas tradições dos povos indígenas e na cultura dos colonizadores.
Descobrindo o Mate
Acredita que a descoberta da erva-mate pelos colonizadores espanhóis ocorreu nas terras de Guayrá, que hoje fazem parte do Paraná? Nessa região, os indígenas já desfrutavam de uma bebida preparada com folhas fragmentadas e água quente – a famosa “caá-i”, ou “água da erva”. Utilizavam um pequeno porongo e um canudo de taquara, com um trançado de fibras na base para filtrar as folhas, garantindo um chimarrão encorpado e cheio de sabor (LESSA, 1986).
Dos Índios aos Jesuítas
O chimarrão é, sem dúvida, uma herança dos índios guaranis, que habitavam as regiões que hoje correspondem ao Paraguai e ao Paraná. Foi através do contato com os colonizadores que essa bebida ganhou novos contornos. Os padres jesuítas, durante o período das Reduções, tiveram papel fundamental em disseminar a cultura do mate, mesmo que, inicialmente, a Igreja Católica tenha sido uma grande combatente da erva. Na época, os padres Franciscanos chegaram a instituir a “excomunhão” dos que mateavam, chamando a erva de “erva do diabo” – uma referência ao seu surgimento nas tradições indígenas e à bênção do deus Tupã.
Essa oposição acabou gerando uma tradição curiosa: muitos mateiros passaram a tomar o primeiro gole do chimarrão como uma forma de provar que ali não havia “diabo nenhum”. Foram décadas de lutas e superações, mas o hábito resistiu e, com o tempo, o mate se espalhou pelo continente, criando polos de produção importantes como Guaíra, no Paraná, e Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul.
O Chimarrão na Cultura Gaúcha
No Rio Grande do Sul, o chimarrão sempre esteve presente – seja nas estâncias, nas rodas de conversa, ou nas famosas charlas galponeiras ao redor do fogo de chão. O ritual do mate é muito mais do que simplesmente uma bebida: ele simboliza a hospitalidade, a conexão e a tradição que une gerações. Como bem colocou Glaucus Saraiva em sua poesia, o chimarrão traz à memória um “sabor selvagem” e a “mística beberagem” dos antigos feiticeiros charruas, marcando a trilha de uma história empoeirada de glórias e tradições farroupilhas.
Além disso, o ritual do chimarrão é o momento perfeito para organizar os pensamentos e planejar o dia – ninguém mateia com pressa! Essa calma e reflexão que o mate proporciona se espalharam e influenciaram a cultura, transformando o hábito em uma verdadeira instituição social e econômica, principalmente durante os tempos em que a erva-mate foi uma grande fonte de divisas.
Do Passado ao Presente
A jornada da erva-mate, desde os tempos das tradições indígenas até sua consolidação como um símbolo cultural e econômico, é um testemunho da resistência e da adaptação. Hoje, o chimarrão continua a ser um ritual que une pessoas, resgata memórias e celebra a autenticidade de uma cultura que, mesmo enfrentando desafios históricos, permanece viva e vibrante.
Cada gole de chimarrão é uma conexão com essa rica herança, um lembrete de que o mate vai muito além de uma simples bebida – ele é um elo entre o passado e o presente, um símbolo de identidade e uma tradição que nos aquece o coração.
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